Desapegue-se
23:28 Por Marco
A repreensão das ciências humanas durante a ditadura no Brasil fez com que o povo perdesse, com o tempo, a emoção de ser, de valorizar sua própria cultura como um estilo de vida. Tal vazio emocional fora substituído pela racionalidade e pelo consumismo. O dito "bem-estar obtido pelo ter". Propaganda ideológica vendida em massa ao redor do globo durante a Guerra Fria.
Hoje parece mais óbvio, mesmo que não para todos, que não basta apelos materiais. O "ser" é tão importante quanto (ou talvez até mais que) o "ter". Aspecto já observado no início do século passado por Fernando Pessoa. Que, através de Alberto Caeiro, revelava a realização pessoal atingida apenas pela sua existência.
Fato que se evidencia muito bem atualmente, era em que o homem está farto de globalização, de tecnologia, de riquezas, de inovações e da completa solidão.
Aos robotizados, sobrou-lhes o destino descrito por Chaplin em Tempos Modernos. Enquanto felizes são aqueles que têm a oportunidade de aproveitar a vida sem a paranóia de que o capitalismo os devorará. Se, para aqueles, ter é poder, para estes, ser é viver!
26 de outubro de 2008 às 11:46
que nostalgico mano.... =~~
2 de novembro de 2008 às 10:13
Eu não sei se as pessoas já tem percebido a importancia do ser sendo colocada diante do ter como vc acredita...
Ainda acho que a sociedade nos criou com um vazio enorme, e não nos explicou que vazio é esse... e aí tentamos preenc^hê-lo com as mais variadas artimanhas... o consumismo é apenas mais uma delas...
a constante busca por algo que nos complete, acabou nos tornando mais sozinhos, e um círculo vicioso acabou acontecendo...
acho que ainda leva tempo pro ser se sobrepor ao ter, infelizmente... Adorei como vc escreve!